Ecos da Liberdade

Desejamos evitar as lágrimas dos que choram, e por essa razão pedimos que as instruções do tema “Lágrimas no leito conjugal” sejam tomadas como um “espelho” de avaliação dos próprios atos, para evitar a amargura conjugal sempre que possível.

A vida cristã e sincera para nada serve se vivemos no inferno de nossa própria casa. Os filhos e amigos observam como vivemos a vida matrimonial cristã. Eles jamais aceitarão o nosso Cristo se nossa casa e família não é uma luz para o mundo, desde o leito conjugal até o púlpito de nossas igrejas. Dores, tristezas e amarguras são causadores de estresse e depressão que podem levar ao ponto de onde não se pode retornar.

Ao escrever essas linhas, ouvi um comercial na TV que representa uma verdadeira “fábrica” de lágrimas conjugais. Eis aí o veneno que cega as esposas que investem em primeiro lugar em si mesmas. A atriz anuncia: “Quero compartilhar três dicas para você tornar a sua vida mais bonita. A primeira: seja feliz com você mesma; a segunda: sonhe, corra atrás daquilo que você acredita! Isso melhora sua autoestima e te deixa com ar irresistível de alguém autoconfiante (indução ao assédio); e a terceira: cuide bem de quem você ama começando com quem nunca te abandona: você mesma (inversão da lei do convívio na sociedade)... o principal é ser feliz. Você merece e pode ter aquele emprego, a casa o carro e, por que não, o corpo à saúde, é só querer! (inverdade perigosa e “turbina” movida a lágrimas para quem segue esse conselho)... O melhor investimento é em você mesma”. Final do comercial abreviado.

Vejam o terror que é jogado pela TV nas casas em que crianças e jovens sonham com o casamento! O jovem que se une em casamento com uma moça nesses princípios se casa com quem está preparado para ser a atração de outros na rua. Escrevendo sobre esse assunto recebi um artigo para o Jornal O Presente, e assim dizia o pastor Norberto: “O amor é a força propulsora que leva alguém a esquecer de si mesmo em detrimento do próximo”. Pastor Norberto Obermann.

Falei desse pensamento quando minha esposa perguntou: “o que é investir no cônjuge? Confesso que fiquei sem argumento prático, pois somos acostumados ouvir palestras que incentivam o casal passar noites especiais no hotel, ou até no motel, para se valorizar... Então, de repente, quando o relógio já marcava 23h45, tive que levar minha esposa ao hospital pois sua pressão arterial subia assustadoramente. A caminho do hospital eu entendi o que ela investiu em mim, levando-me à meia-noite ao hospital, entre a vida e a morte. Agora ela investe muitas horas preparando grandes quantidades de medicamentos para que eu possa sobreviver. Durante os nossos 45 anos de casados, tivemos alegria e dor, falta de bens e fartura, mas um investia no outro.

As pessoas nos hospitais, ambulatórios e presídios sabem o que é investimento no próximo. Maquiagens, vestes, cirurgia plástica e luxo não são investimentos que carecemos do cônjuge, que nos deu o “sim”, mas é a mão estendida quando mais a necessitamos.

Mário Hort