Ecos da Liberdade

Embarquei sozinho, às 18h30, em Marechal Cândido Rondon (PR), para escrever em nossa segunda residência em Curitiba. Pernoitei no hotel “rodante” da van, no abrigo do restaurante Três Pinheiros, em Guarapuava, e no dia seguinte segui viagem.

Neste trajeto fui abordado por dois andarilhos, num posto de combustíveis e logo decidi abordar todos os andarilhos que eu encontrasse à beira da BR-277. Encontrei seis homens num trajeto de 150 quilômetros e tive diálogos com quatro deles, e estes andarilhos fizeram cair a “tinta de Deus” sobre a minha alma, pois esses diálogos fizeram de minha viagem solitária um dos dias mais felizes de minha alma pastoral.

O idoso senhor Valdir estava todo molhado, pois alguém lhe havia jogado água e desferido um golpe contra sua cabeça. Ao lhe falar de Deus, ele perguntou duas vezes: “Você é Deus”. Eu me senti ofendido por suas perguntas, porém, após uma breve oração, ele estendeu sua mão e disse: “Estou curado”, e batia em sua cabeça, demonstrando que não sentia mais a dor do golpe.

Certamente ele teve a impressão que um anjo de Deus lhe estava visitando em sua angústia.

Essa é uma das mais lindas cores da tinta de Deus, que é derramada sobre pessoas nas favelas, nos casebres em matas, como também nos palácios e pode ser derramada sobre ricos e pobres.

A tinta de Deus caiu sobre os que esperavam por ela

Os holandeses dizem: “Onde se planta muitas tulipas, Deus derrama suas latas de tinta”. Foi isso que aconteceu quando havia 120 pessoas reunidas em Jerusalém. Naquela reunião estava presente um grupo de homens e mulheres, doutores e gente simples, porém todos aguardavam a promessa das “latas da tinta” de Deus (At 1:4) para colorir a vida e cultura de povos, raças e línguas, em todos os continentes e sobre todas as ilhas.

De repente veio do céu um som, como um vento forte e encheu toda a casa, e foram vistas línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles e todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outros idiomas.

Naquele dia, Pedro, um homem simples do grupo, explicou o que havia acontecido.

Através da palavra de Pedro, a “tinta de Deus” veio sobre quase três mil pessoas, de 15 diferentes nacionalidades. Pois eles ouviam o grupo falando em seus próprios idiomas. At. 2:1-4. Assim a “tinta de Deus”, o Espírito Santo, caiu sobre 15 diferentes nações.

Mas essa “tinta” inicialmente foi também o sangue dos mártires, que coloriu os campos com o vermelho do seu sangue, durante 300 anos da era cristã.

Atualmente 100 mil cristãos são mortos por ano, por razões ligadas à fé. O dado foi revelado pelo observador da Santa Sé na Organização das Nações Unidas (ONU), no dia 28 de maio de 2013, às 12h45 - informou a Rádio Vaticano.

Você e eu necessitamos que essa “tinta de Deus”, o Espírito Santo, seja derramada sobre a nossa vida, pois só dessa forma o mundo poderá ver os campos da plantação de Deus, coloridos por bons exemplos. Não só com “aleluias”, mas em “plantas” que glorificam a Deus por nossas boas obras.

Deixe seus afazeres, procure um lugar apropriado para ficar por um único minuto diante de Deus em oração. Dobre seus joelhos, faça um momento de silêncio e receba a unção da “tinta” de Deus. Essa “tinta” pode colorir sua alma no leito da angústia e dor, mas também no trabalho em pleno expediente.

Mário Hort